Germin'Roll - O Show

Amigos e Amigas

O Arlequim Rock’n’Roll Band se apresenta nesta quinta-feira, dia 17 do corrente, no Centro Cultural Banco do Nordeste (Sousa) dentro da programação da edição 2008 do RockCordel.O “Germin’Roll” é um show montado especialmente para o evento e tem características bem peculiares. A intenção da banda é mostrar ao público presente que é possível fazer o mais puro Rock’n’Roll adequando-o a características regionais sem abrir mão da sonoridade típica que emana das guitarras, contrabaixo, teclados e bateria. Em outros termos, serão feitas incursões à música nordestina, mas sem a utilização de instrumentos típicos desta musicalidade (exceção feita a um breve arranjo de flautas).
Segue o programa do show com alguns cometários.


“Germin’ Roll”
“Da terra não germina apenas a saciedade, mas também a música, pois que
não se quer só comida”





1 – Abertura: Beira-Mar de Guerra (Paccelli Gurgel)

O tom sombrio do sintetizador e os arranhos incidentais de contrabaixo marcam esses versos em decassilabos, cantados em formato de Beira-Mar, estilo bem comum nas cantorias de Pé-de-Parede. Somente esses instrumentos acompanham a voz nessa viagem do Paccelli Gurgel, autor da letra e da melodia.

2 – Medley Estradeiro - (Jumping Jack flash - Jagger/Richards / Cocaine
- J. J. Cale / Jailbreak – AC/DC / Born on The Bayou - John Fogerty).

Incidências: Acauã (L. Gonzaga) / Ponteio de Viola (domínio público)

Medley bastante conhecido no repertório da banda, traz a noção de liberdade na forma das motocicletas estradeiras. É o reconhecimento do Arlequim ao estilo de Rock'n'Roll que lhe é característico (junto ao Progressivo): o Hard Rock Tradicional. No meio da peça tem mais um verso de "Beira Mar de Guerra", além da incidencia de "Acauã" executada pela guitarra solo. E falando em solo, o medley finda com um ponteio de viola de domínio público inserido em "Born on The Bayou" clássico do Rock Rural do Creedence Cleareater Revival.


3 – Time / Breathe - (Gilmour-Waters – Wright – Mason)

Pode chover e trovejar e essas músicas não saem do repertório... heheheheh... O arrastar das horas, dos dias e dos anos a determinar a finitude de tudo e de todos


4 – Invernia: Uma Canção Progressiva em Três Movimentos (Paccelli Gurgel)

Mais uma viagem do Paccelli. Composta para o Spyros e por esse grupo executada pela primeira vez, essa música é fortemente marcada por arranjos progressivos, e dividida em três movimentos, como explicita o título. O tema central se remete a uma noite de chuva sentida a partir de um sonolento sertanejo em sua rede. É bem "RogerWateriana". Destaque para a cantiga de viola (2º movimento) e os solos viajantes.

5 - Medley da Terra (Morte e Vida Severina - Chico Buarque / Disparada -
Geraldo Vandré / Herdeiro do Pampa Pobre – Gaúcho da Fronteira).

Medley arranjado pela banda, aborda a questão do usufruto da terra no Brasil a partir de 3 clássicos da poesia constestatória. Os arranjos inicialmente progressivos se trasnformam no mais puro hard ao final da peça.


6 – Martelo Apocalíptico (Paccelli Gurgel)

Outra alucinação do Paccelli Gurgel. É um Martelo em Decassílabo, gênero bem nobre da Viola de Cantoria. Mas não se engane: o desvairado arranjou a coisa nos moldes do mais puro, sombrio e violento METAL. A letra é simplesmente APOCALIPTICA, quase declamada em tom bem baixo e sob um alucinante conjunto de riffs martelado no juizo de todo mundo pelo acompanhamento de uma bateria extremamente impactante. O peso e a densidade da música é interrompido lá no meio por um solo progressivo, composto em modal e de melodia tipicamente nordestina... Mas de uma tristeza de dar dó. Coisa ligeira e logo se volta a pegada principal. Segundo o João Paulo (bateria) essa música vai ser a queridinha da garotada metaleira. Realmente a melodia é cavernosa....

7 - Blues Up - (Paccelli Gurgel)

Outra do Paccelli, o "Blues Up" é tocada pela banda desde os primeiros tempos. A novidade é que a letra foi ampliada. O mote da música está na falsa impressão que todo blues tem de ser necessariamente melancólico. Esse é bem animadinho.

8 – Saga Insana – (Gilberto Álvares)

Música do Gilberto Álvares popularizada no repertório do Apocalipse. O Arlequim deu-lhe uma nova introdução onde no riff de entrada a guitarra solo faz umas firulas. O andamento da música foi acelerado um pouquinho deixando-a mais balançante. O Gilberto, nesta letra, trata da depredação do Planeta, das guerras e da incompreensão do Homem Moderno diante das coisas da Existência.

9 – Modus Vivendi – (Gilberto Álvares/Kleber)

Super clássico do Apocalipse, essa dispensa comentários. Foi mantido o arranjo original com um pequeno acrescimo no solo da guitarra, o que a diferencia da gravação orginal do CD (do Apocalipse, claro.)

10 – Medley Cajazeiras, O Sertão e o Mangue (Heavy Metal do Senhor -
Zeca Baleiro / Saora – Elinaldo “Naldinho” Braga - Quando a Maré
Encher
- Nação Zumbi)
Incidência: solo de Acauã (Quinteto Violado)

Esse medley nasceu de uma brincadeira nos primeiros tempos do Arleca e se tranformou na música mais pedida dos shows. Uma viagem do Sertão ao Mangue (beat), cheia de efeitos e com uma incidência muito especial: O solo de "Acauã" extraido da versão "armorial" do Quinteto Violado na década de 70.


11 – Fantoche - (Paccelli Gurgel)

Música de encerramento, composição do Paccelli Gurgel, é um "hardão" PEGADOR com um refrão "grudento". O autor devia estar (pra variar) puto com tudo e todos quando escreveu essa letra. Ela ironiza o país e sua "volubilidade", e , enquanto brasileiro, assume a condição de palhaço de uma elite descomprometida com o bem-estar da nação. Desce a lenha no povão e em sua "lúdica alienação", participantes passivos do "pão e do circo".

.

Nenhum comentário: