Celso: O "Blues Boy"

"Agora chora guitarra, se lamente por mim" 
Há quase quatro anos, guitarras choram lamentando a ausência daquele que as tratavam como deviam. Celso Blues Boy se mantém vivo no som de sua guitarra e voz rasgada que deu característica forte às suas canções.


Por todo o Brasil grupos de amigos se reuniam (e ainda se reúnem) para ouvi-lo e tomar uma(s) cerveja(s), o que não é pra menos. Celso, cerveja, cigarros e guitarras, não necessariamente nessa ordem, eram parte dos cenários que completavam os palcos do Blues Boy. Nascido em 1956 no Rio de Janeiro, Celso começou a adentrar ao mundo da música ainda na adolescência. Começou a se profissionalizar nos anos 70 ao lado de pessoas como Raul Seixas. Na década de 80 gravou seu primeiro disco "Som na guitarra" que incluiu o seu maior sucesso até hoje, a música "Aumenta que isso aí é rock'n'roll". 

Daí não parou e lançou vários outros discos. Um entre eles também marcou a carreira do Guitarrista: o "Indiana Blues" que trazia em seu repertório a música Mississipi que fazia alusão à Robert Johnson, um guitarrista Norte-americano que inspirou muitos outros "Blues Men" à música.

Como último trabalho, Celso Blues Boy gravou o disco "Por um monte de Cerveja" (2011). Músicas como "A vida faz mal a saúde", "Beth Carvalho quer comprar meu fuscão" e a própria música que dava título ao disco "Por um monte de cerveja", caíram "na boca do povo" e se espalharam rapidamente. 

Infelizmente o sucesso não durou muito. Pouco mais de 1 ano após o lançamento do novo álbum, em decorrência do agravamento do seu câncer na garganta, Celso faleceu. Era 6 de agosto de 2012 e muitas pessoas ficaram de luto. E estão até hoje. As músicas sobreviveram e o Blues Boy Brasileiro permanece nos acordes de sua guitarra. Vivo, muito bem vivo cantando aquele velho blues.

"Eles sabia que as luzes se apagam e o tempo não poupa ninguém. Somente o seu passado, do que restou, é tudo que tem"
(Por um monte de cerveja, 2011)